Seguindo as medidas de prevenção e segurança contra a COVID-19, a Igreja Cristã Maranata (ICM) realizou o culto de abertura de um novo trabalho na cidade de Toyota, Japão, no dia 14 de novembro de 2020, com a presença de 18 participantes, incluindo três visitantes. Depois de meses sem reunirem-se presencialmente, houve muito quebrantamento entre os irmãos que estavam sedentos pela comunhão. O culto também foi marcado por alegria pelo começo desse novo trabalho, que foi fruto da oração da igreja. O trabalho em Toyota está sendo apoiado por duas famílias da igreja de Nagoya, que moram em Toyota.
A mensagem entregue no culto foi “Jesus – o Único Mediador”, seguindo o tema corrente da Escola Bíblica Dominical (EBD), pelo diácono Rogerio Fujisawa, responsável pela igreja de Nagoya. O louvor foi ministrado pelo obreiro Nilton Oishi.
O trabalho é um ponto de pregação para os membros cultuarem a Deus, dentro de um salão, no Centro Comunitário da Comunidade Brasileira, localizado perto da estação de metrô, que comporta 30 pessoas com distanciamento social. Com o crescimento da igreja, existe a possibilidade de mudarem de espaço, conforme informações do pastor David Vieira, responsável pelas igrejas do Japão: “No entanto, há várias salas disponíveis. Eles têm até salas que caberiam 200 pessoas com distanciamento social”. A cidade de Toyota fica localizada ao sudeste da cidade Nagoya, e tem por volta de 6 mil brasileiros, conforme dados do Ministério da Justiça do Japão. Possui um grande centro de indústria de automóveis e provê muitos dos empregos existentes na área.
Para aqueles que desejarem visitar ou conhecer a ICM de Toyota, os cultos são realizados aos sábados, às 19h30. O endereço é Nishimata-67 Kanōchō, Toyota, Aichi 470-0364.
A Obra no Japão
A Igreja Cristã Maranata (ICM) possui três igrejas no Japão, localizadas ao redor da Bahia de Nagoya, que é um dos maiores centros da indústria automobilística do Japão, com uma população de mais de 11 milhões de pessoas, conforme dados do Ministério da Justiça do país. A maioria dos membros da ICM são descendente de japoneses, que imigraram para o Brasil nos meados do século 20 e que voltaram ao Japão para trabalharem na indústria automobilística.
O Japão tem 47 estados ou prefeituras, como são chamados. Ao norte, no estado de Gifu, há uma ICM localizada ao sul da cidade de Gifu. Mais ao sul, no estado de Aichi, outra ICM na cidade de Nagoya. Por fim, no estado de Shizuoka, a outra ICM na cidade de Hamamatsu.
ICM em Gifu
A ICM no estado de Gifu foi iniciada na cidade de Kakamighara, em 2001, com duas famílias de obreiros que já vinham, há um ano, realizando trabalhos de evangelização na cidade. Naquela época, a igreja era assistida por um diácono e um obreiro de Nagoya, sob o ministério do pastor Gilson Sousa. Com o crescimento da igreja, o diácono se mudou de Nagoya para Gifu. No dia da sua mudança, um vizinho japonês veio contar que todas as sextas-feiras, à noite, ele desligava todos os aparelhos da casa para poder colocar o ouvido na parede para ouvir os louvores que eram cantados no culto do lar do diácono. Mesmo sem entender português, relatou que os louvores proporcionavam uma paz que ele não conhecia. A igreja de Gifu tem por volta de 30 pessoas, incluindo visitantes e uma família no estado de Nagano. O responsável pela igreja é o diácono Fernando Miyashiro. Atualmente, a igreja está buscando um salão mais ao sul, na cidade de Komaki, área central para os membros de igreja. Vale ressaltar que essa cidade tem, aproximadamente, três mil brasileiros (foto de 2016, antes da pandemia de COVID-19).
ICM em Nagoya
A igreja em Nagoya começou em 1999, com quatro famílias que começaram as reuniões aos sábados, num centro comunitário, com a assistência de pastores do Brasil, Gilson Sousa e Manekazu Kawai. Com a necessidade de dar assistência em outros lugares, o grupo parou as reuniões em Nagoya. No entanto, havia uma profecia de que Deus iria estabelecer uma igreja em Nagoya. Depois que as outras igrejas foram estabelecidas, o grupo voltou a se reunir na casa de um irmão, e quando a igreja cresceu, começaram a se reunir num centro comunitário em Togo, numa pequena cidade ao sul de Nagoya. Desde então, Deus tem operado de uma forma maravilhosa fortalecendo a igreja com os trabalhos de crianças, senhoras e a integração com a EBD. Atualmente, a igreja de Nagoya tem cerca de 40 pessoas, incluindo visitantes, e uma senhora no estado de Guma, norte de Tokyo. O responsável pela igreja é o diácono Rogerio Fujisawa, que também é responsável pelo novo trabalho na cidade de Toyota. Nagoya tem por volta de 4 mil brasileiros, mas agora a igreja está expandindo suas atividades para o sul, onde as populações de brasileiros são maiores (Foto de 2019, antes da pandemia de COVID-19).
ICM em Hamamatsu
A ICM de Hamamatsu começou com três senhoras, a Josiane Shirase e duas irmãs, Tereza e Alessandra Tanaka, que oravam juntas para que a Obra do Espírito Santo chegasse ao Japão. Após um mês de jejuns e orações, um pastor do Brasil ligou para uma das irmãs informando que havia um grupo de irmãos da ICM congregando na cidade de Nagoya. Com a assistência desses irmãos de Nagoya, iniciou um trabalho em 2000. Em 2009, foi consagrado o templo da ICM em Hamamatsu. Nessa época, o Senhor sustentou a igreja durante uma grande crise que houve no Japão com colapso da economia do país, em 2009, seguido de um terremoto e um tsunami devastador, em 2011. À medida que as fábricas foram fechando, muitos membros voltaram para o Brasil, mas outros ficaram no Japão, desempregados e sem lugar para morar. Por um tempo, tiveram que morar nas casas de irmãos da igreja que ofereceram abrigo. Nessa época, muitas igrejas brasileiras de outras denominações fecharam, no entanto, a ICM tinha pagado o aluguel adiantado por um ano, por isso a nossa igreja conseguiu sobreviver a crise. Com o passar do tempo, a igreja voltou a crescer com novas conversões. Muitos foram batizados e estão firmes na Obra de Deus. Hoje, Hamamatsu tem por volta de 45 vidas, incluindo visitantes, e Victor Shirase é o diácono encarregado da igreja. A cidade de Hamamatsu tem cerca de 9 mil brasileiros. A igreja está estrategicamente localizada para evangelizar e alcançar essa população (Foto de 2019, antes da pandemia de COVID-19).
Desafios e necessidades espirituais
Em junho de 2020, o pastor Gilson Sousa passou o ministério das igrejas no Japão para o pastor David Vieira, que mora nos Estados Unidos e é responsável também pela igreja em Washington DC. Por isso, a assistência do ministério às igrejas do Japão é feita através da internet, podendo o pastor viajar para o Japão para dar uma assistência presencial somente uma ou duas vezes por ano (após a pandemia). Uma das grandes necessidades do Japão é o levantamento de ministérios locais e de obreiros e diáconos, conforme informações do pastor David Vieira.
Outra necessidade é de evangelizar japoneses, visto que há diferenças culturais e os cultos são realizados na língua portuguesa. “É um desafio que tem que ser vencido”, disse o pastor David Vieira, que pede oração dos membros em favor dos pastores japoneses pentecostais a fim de que aceitem a doutrina da Obra. Dessa maneira, novos convertidos japoneses poderão ser assistidos em sua língua.